sexta-feira, 31 de julho de 2009

DESABAFO DE MÃES!!

DESABAFO DE MÃE


APÓS A LEITURA DA REPORTAGEM – “A CRISE QUE ESTAMOS VIVENDO” ESCRITA PELA ESCRITORA LYA LUFT NA REVISTA VEJA DE 08/04/09 – pg 24; que diz:
“O tema do momento é a crise financeira glo­bal. Eu aqui falo de outra, que atinge a to­dos nós, mas especialmente jovens e crian­ças: a violência contra professores e a gros­seria no convívio em casa. Duas pontas da nossa sociedade se unem para produzir isso: falta de au­toridade amorosa dos pais (e professores) e péssi­mo exemplo de autoridades e figuras públicas”.
“...... Cresce o número de mestres que desistem da profissão: pudera......”
“.... temos o espetáculo deprimen­te dos escândalos públicos e da impunidade rei­nante....”
- ....“O tema "violência em casa e na escola" começa a ser tratado em congressos, semi­nários, entre psicólogos e educadores. Não vi ain­da ações eficazes.”
- ..... “Cada um de nós pode es­colher entre ignorar e transformar. Melhor pro­mover a sério e urgentemente uma nova moralida­de, ou fingimos nada ver e nos abancamos em definitivo na pocilga”.

TAMBEM SENTI CORAGEM DE EXPOR, POIS É TUDO QUE A MAIORIA DAS MÃES GOSTARIAM DE FALAR, COMO INCLUIR OS NOSSOS FILHOS ESPECIAIS, INOCENTES, A MAIORIA SEM DEFESA PRÓPRIA, SE OS QUE SABEM SE DEFENDER COM PALAVRAS, POR ESCRITO E ATÉ FISICAMENTE, NÃO ESTÃO CONSEGUINDO CHEGAR A UM CONSENSO? COMO SER TOTALMENTE A FAVOR DA INCLUSÃO DOS NOSSO FILHOS DITOS “DEFICIENTES” NO ENSINO REGULAR, SE OS DITOS “NORMAIS” ESTÃO CADA VEZ MAIS VIOLENTOS, SEM ESCRUPULOS E SEM RESPEITO AO SEU PRÓXIMO?

A PREOCUPAÇÃO QUE TEMOS É QUE ESTES DEBATES DE INCLUSÃO POSSAM ACABAR COM A ALFABETIZAÇÃO NAS APAEs(todo mês de junho é necessário enviar ao Estado requerimento solicitando autorização para a continuidade da escola no ano seguinte), CAUSANDO PARA ALGUMAS CRIANÇAS O CONFINAMENTO EM CASA.

A APAE É UMA COMUNIDADE FORMADA POR PROFESSORES, PAIS E VOLUNTÁRIOS QUE TRABALHAM E SE DEDICAM DE CORPO E ALMA PARA AS NOSSAS CRIANÇAS ESPECIAIS, PERDER TUDO ISTO PARA FREQÜENTAR O ENSINO REGULAR, É JUSTO?????? QUEM VAI GARANTIR A INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA?????

OU FICARÁ MASCARADO POR NOSSO GOVERNO QUE NÃO TEMOS CRIANÇAS ESPECIAIS QUE PRECISAM DE DEDICAÇÃO ESPECIFICA?

OUTRA REPORTAGEM ÓTIMA DA REVISTA VEJA-p96 - 17.06.09 DE CAMILA PEREIRA – “QUANDO ENSINAR E UMA GUERRA” que resumidamente diz “ Alunos desmotivados, indisciplina, infraestrutura precária e violência. São muitas as adversidades enfrentadas pelos professores – e o maior prejudicado é, mais uma vez, o bom ensino”.

ALGUMAS MÃES VEM DESDE O NASCIMENTO DO FILHO PROCURANDO ESTIMULAR COM ACOMPANHAMENTO DE FISIOTERAPEUTA, TERAPEUTA OCUPACIONAL, FONOAUDIOLOGA, NATAÇÃO, ALEM DE LEVA-LO PARA VIDA ESCOLAR REGULAR NO PRE-ESCOLAR FAZENDO O POSSIVEL PARA QUE O FILHO CONSIGA ACOMPANHAR O DIA A DIA COMUM DA VIDA ESCOLAR, FREQÜENTANDO DIVERSAS ESCOLAS DO NOSSO MUNICIPIO DE CORUMBA-MS, SEM MUITO SUCESSO, ISTO É, NÃO É ALFABETIZADO E A INTEGRAÇÃO SOCIAL OCORRENDO MAIS OU MENOS. AS PROFESSORAS COM MUITA BOA VONTADE SEMPRE PROCURAM DAR O MELHOR POSSIVEL MESMO SEM MUITOS RECURSOS DAS ESCOLAS, O QUE ACABA LEVANDO AS MÃES A PROCURAREM A APAE.

A LEI DE INCLUSÃO É LINDA, MAS NÃO FUNCIONA PARA ATENDER AS CRIANÇAS ESPECIAIS, POIS SÃO “N” DEFICIENCIAS, CADA CASO EXIGE UM ACOMPANHAMENTO ESPECIFICO.

NÃO SOMOS CONTRA ESTA LEI, ACREDITAMOS QUE A INCLUSÃO DE PORTADORES ESPECIAIS DEVE SIM SER PRATICADA, POIS HÁ CRIANÇAS QUE CONSEGUEM ACOMPANHAR O ESTUDO REGULAR.

MAS ALGUMAS CRIANÇAS PRECISAM DE ESCOLAS ESPECIALIZADAS COMO A APAE DE CORUMBA, DENTRE OUTRAS DO NOSSO PAIS. AO LONGO DE MUITOS ANOS A APAE VEM PROCURANDO DAR O MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS, TANTO QUE APÓS LONGOS ANOS DE EXISTÊNCIA, ATUALMENTE TEMOS UMA NOVA ESTRUTURA, COM PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS E TAMBÉM COM DIVERSAS PARCERIAS, O QUE VEM OFERECENDO AS NOSSAS CRIANÇAS ESPECIAIS A ÚNICA CHANCE POR MÍNIMA QUE SEJAM DE CONVIVÊNCIA SOCIAL.

ACREDITAMOS QUE A INCLUSÃO COM CERTEZA SE FAZ NECESSÁRIA, MAS A ALFABETIZAÇÃO DADA NAS APAES DEVE CONTINUAR, POIS A COORDENAÇÃO JUNTAMENTE COM OS PROFESSORES QUANDO VEEM QUE A CRIANÇA ESTÁ PREPARADA, ELES MESMOS INFORMAM PARA OS PAIS QUE O SEU FILHO TEM A POSSIBILIDADE DE FREQUENTAR UMA SALA DE AULA REGULAR.

AS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM A APAE PRECISAM DESTA COMUNIDADE, É ALI QUE ELES SE ENCONTRAM E APRENDEM MUITAS COISAS BOAS DENTRO DAS SUAS LIMITAÇÕES, POIS O NUMERO DE ALUNOS EM SALA DE AULA É PEQUENO, POSSIBILITANDO AOS PROFESSORES MAIOR ATENÇÃO AOS NOSSOS FILHOS. ALGUMAS CRIANÇAS SÃO TOTALMENTE DEPENDENTES, E AQUELES QUE NÃO SÃO OS AJUDAM, É MUITO LINDO O TRABALHO DAS APAES.

É PREOCUPANTE LEVAR TODAS ESTAS CRIANÇAS PARA O ENSINO REGULAR, ALEM DO GOVERNO NÃO OFERECER A ESTRUTURA PARA ATENDÊ-LOS, PODE ACONTECER DE ENCONTRAREM “COLEGUINHAS” QUE APROVEITARÃO DA SITUAÇÃO DE INOCÊNCIA E INDUZIRÃO NOSSAS CRIANÇAS, PORTADORES DE DEFICIENCIA, A PRATICAREM ALGUM DELITO.

AS NOSSAS CRIANÇAS ESPECIAIS NA SUA MAIORIA, SÃO INGÊNUAS, NÃO PASSAM A MALDADE DO DIA A DIA QUE VIVEMOS.

PENSAMOS QUE O GOVERNO PODERIA FACILITAR MAIS PARA AS NOSSAS APAES, DANDO-LHES MAIS ESTRUTURAS, INCLUSIVE PARA OS NOSSOS PROFESSORES E VOLUNTARIOS ACOMPANHAREM NOSSAS CRIANÇAS.

POR EXEMPLO: PRECISAMOS DE UM ONIBUS COM AR CONDICIONADO E PREPARADO PARA TRANSPORTAR AS NOSSAS CRIANÇAS, POIS DISPOMOS DE APENAS DUAS(02) KOMBIS; PRECISAMOS DE UMA PISCINA PARA ENSINA-LOS A NADAR(A QUE TEMOS É SÓ PARA FISIOTERAPIA), QUADRA DE ESPORTE, PROFESSORES PARA DAR AULA DE MUSICA(QUE ELES ADORAM), PINTURA, ENTRE OUTRAS.

NÃO QUEREMOS PENSAR QUE O NOSSO GOVERNO QUER EXCLUIR AS APAES, MANTENDO APENAS OS CURSOS PROFISSINALIZANTES, COM CERTEZA MUITA DAS CRIANÇAS, QUE HOJE FREQUENTAM AS APAES IRÃO FICAR EM CASA, POIS MESMO EXISTINDO AS APAES ALGUMAS MÃES DIZEM NÃO SER POSSIVEL LEVAR O SEU FILHO POIS PRECISAM TRABALHAR. (As Kombis atende mais cadeirantes),

A SUGESTÃO É QUE OS RESPONSAVEIS PELO PROJETO DE INCLUSÃO DE PORTADORES DE DEFICIENTES NO ENSINO REGULAR, PROCURASSEM ACOMPANHAR O DIA A DIA DE ALGUMAS CRIANÇAS ESPECIAIS E DAS APAES DO INTERIOR, PARA AVALIAR SE REALMENTE AS ESCOLAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS DARÃO CONTA DE ATENDE-LOS!!!!!!

NAS GRANDES CAPITAIS TEM-SE A DIFICULDADE DE APLICAÇÃO DA LEI DE INCLUSÃO, POIS NÃO EXISTEM ESTRUTURAS ADEQUADAS PARA O ATENDIMENTO IDEAL, O QUE SE DIRÁ DO INTERIOR DE NOSSO PAÍS?

SE O GOVERNO NÃO ESTÁ CONSEGUINDO DAR ESTRUTURAS ESCOLAR PARA AS CRIANÇAS DITAS “NORMAIS”, COMO QUEREM DESESTRUTURAR AS APAES QUE ESTÁ FUNCIONANDO NA GRANDE MAIORIA RAZOAVELMENTE BEM.

Como explica o psicólogo italiano Contardo Calligaris:

“No caso da educação, o resultado jamais será completo à criança especial. Ela poderá se sentir bem ao conviver com coleguinhas que a aceitam, mas se sentirá frustrada quando se deparar à realidade e começar a encontrar obstáculos à sua frente. “É como se a criança pensasse “eles não pensaram em mim” ao encontrar uma escadaria ou um simples degrau”, explica psicólogo italiano Contardo Calligaris .”

- Isto se for criança deficiente física e se for mental???

“Quando eu era professor na Universidade da Califórnia, em Berkeley, alguns alunos estrangeiros perguntavam se os americanos sofriam muitos acidentes. Eles comentavam admirados que nos Estados Unidos há muito deficiente físico. Não há mais nem menos que nos outros países. A diferença é que eles vão para as ruas, circulam, não ficam trancafiados em casa como no Brasil”, conta.

- Isto quando a deficiência da criança e de locomover sozinha através da cadeira de rodas e quando a deficiência é cerebral

“O psicólogo diz que o Brasil precisa aprender a aceitar e a conviver com portadores de necessidades especiais, principalmente nas escolas. Conforme Calligaris, é muito saudável para a criança crescer com as diferenças e trata-las de forma natural. “Quem exclui é tão excluído quanto a pessoa está sendo excluída, porque quem não convive com o outro se empobrece.”
“Na opinião do educador e escritor Rubem Alves, é muita hipocrisia falar em inclusão de deficientes nas escolas.“As instituições educacionais são feitas em linhas de montagem. Muitas têm lindos projetos, belas idéias, mas são poucas as que adaptam seus ambientes. Não tem como tratar a inclusão de deficientes sem espaço físico para elas.”
“O consenso de todos os debatedores do assunto é que as barreiras arquitetônicas são apenas o começo de um enorme problema. E para o processo inclusivo acontecer, é preciso que haja acessibilidade a todos”.
(reportagem de Grasiela Cardoso e Vanessa Sayuri Nakasato - Enviadas especiais a Campos do Jordão **as jornalistas foram convidadas pelo DNA Brasil).

Diante do exposto acima se vê a necessidade de melhorar cada vez as estruturas das APAEs.

RESSALTO QUE, NÃO SOMOS CONTRA A INCLUSÃO, POREM, PARA ALGUNS CASOS É POSSIVEL, PARA OUTROS PODE NÃO SER. A forma como a Secretaria de Educação Especial do Ministério vem agindo e condicionando é que não está certo; deixando-nos contrarias a regulamentação do Decreto nº 6.571 de 17/09/08, juntamente com o Parecer/CNE/MEC nº 13/2009 e da Resolução que o acompanha pelo Ministro da Educação.

Por isso, por Clemência solicitamos o reconhecimento das APAEs como Escola de Ensino Fundamental, pois a APAE de Corumbá não condiciona as nossas crianças a ficarem retidas só na APAE, também tem o trabalho de inclusão social, e se algumas famílias não querem deixar a APAE é pura e simplesmente porque ali encontramos um ambiente propício para os nossos filhos sem nenhuma agressão e sim com muito Amor, Carinho e Dedicação, sentimentos e situações que os nosso filhos vivenciam em pelo menos quatro horas do dia a dia.

Seria Ilusão dizermos que não haverá preconceito nesta inclusão social de deficientes, se nem as nossas etnias são bem definidas no nosso Brasil.

Porque eliminar as APAES que vem trabalhando há décadas a favor das crianças deficientes, impondo a nova Lei que até 2010 aos Estados e Municipios a qual as APAEs deverão funcionar apenas como centro de atendimento e não como escola, senão não terá a celebração de convênios para liberação de recursos. Porque então o MEC não inverte estas determinações, a inclusão sim, mas os Estados e Municípios deverão aprimorar melhor as estruturas das APAEs já existentes.
AINDA HÁ TEMPO, ANTES DE EFETIVAR EM 2010 A OBRIGATORIEDADE DA INCLUSÃO DE DEFICIENTES - VISITEM AS NOSSAS APAEs PRINCIPALMENTE DO INTERIOR PARA VIVENCIAR NOSSA REALIDADE.
PRECISAMOS QUE ESCLAREÇAM AS NOSSAS DUVIDAS ATRAVES DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, COMO REALMENTE VAI FICAR AS NOSSAS CRIANÇAS COM ESTA INCLUSÃO EM 2010????.

Nós Pais temos o direito desta informação
31/07/2009 19:21:43

ROSA M G COSTA

sábado, 18 de julho de 2009

O Despreparo das escolas para receber alunos com deficiências sensorial.

O Despreparo das escolas para receber alunos com deficiências sensorial. A escola a qual se refere começando pela estrutura, não oferece condições para atender alunos com deficiência sensorial. Na entrada não existe rampa, nem mesmo nas salas de aulas e banheiros.Fala-se tanto em inclusão, mas fica quase impossível de acontecer se não houver interesse da parte dos governantes em capacitar profissionais adequados para atender a clientela que registra um funcionamento intelectual geral significantemente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais condutas adaptativa ou da capacidade do individuo em responder adequadamente às demandas da sociedade. Para pensar no aluno, temos que pensar na escola e, para pensar na escola temos que pensar na sociedade na qual a escola não fica à parte, mas sim é parte. Como parte da sociedade, a escola constitui-se em uma de suas instituições, assim como o são, dentre outras, a família, a igreja, os poderes constituídos e os partidos políticos. Como característica comum entre as instituições, está a busca de divulgação e consolidação de valores.Em primeiro lugar, então, para pensar a escola que freqüentamos, temos de pensá-la como fazendo parte de um todo, um meio em que alguns valores são ressaltados, em detrimento de outros. Vivemos em uma cultura que valoriza mais as questões econômicas que as questões sociais, sempre mais a memória do que o raciocínio, isso significa que cobrou-nos sempre mais a reprodução, do que a produção de idéias.As necessidades especiais revelam que tipo de ajuda, diferentes dos usuais, são requeridos, de modo a cumprir as finalidades da educação. As respostas a essas necessidades devem estar previstas e respaldadas no projeto pedagógico da escola, não por meio de um currículo novo, mas da adequação progressiva do regular, buscando garantir que os alunos com necessidades especiais participem de uma programação tão normal quanto possível, mas considere as especificidades que as suas necessidades possam requerer.A Educação Especial tem sido atualmente definida no Brasil segundo uma perspectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos especializados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos.Conforme define a LDB, trata-se de uma modalidade de educação escolar, voltada para a formação do individuo, com vista ao exercício da cidadania.A análise de diversas pesquisas brasileiras identifica tendência que evitam considerar a educação especial como um subsistema à parte e reforçam o seu caráter interativo na educação geral. Sua ação transversal permeia todos os níveis-educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação superior, bem como as demais modalidades-educação de jovens e adultos e educação profissional.A atenção à diversidade da comunidade escolar baseia-se no pressuposto de que a realização de adequação curricular pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e motivações.A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso a escola e visa à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola nessa perspectiva busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, podemos e devendo ser fatores de enriquecimento.A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla dimensão de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas em diversas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como decorrência de condições físicas, intelectuais, econômicas ou sócio-culturais dos alunos. A expressão necessidades educacionais especiais pode ser utilizada para referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada, portanto, a dificuldades de aprendizagem, não necessariamente vinculada a deficiências.O termo surgiu para evitar os efeitos negativos de expressões utilizadas no contexto educacional – deficientes, excepcionais, subnormais, superdotados,infradotados, incapacitados etc., para referir-se aos alunos com altas habilidades/superdotação aos portadores de deficiências cognitivas, físicas, psíquicas e sensoriais. Tem o propósito de deslocar o foco do aluno e direcioná-lo para as respostas educacionais que eles requerem evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que podem interferir na sua aprendizagem e escolarização.É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não portadores de deficiências ou de superlotação, apresentam necessidades educacionais que passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas.O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de funcionalidade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo quando freqüenta a escola. Isso requer uma análise que busque verificar o que ocorre quando se transforma as necessidades especiais de uma criança numa criança com necessidades especiais. Com freqüência, necessitar de atenção especial na escola pode repercutir no risco de tornar-se um portador de necessidades especiais. Não se trata de mero jogo de palavras ou de conceitos.A deficiência mental caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento acompanhado com limitações associadas a duas ou mais área da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade nos seguintes aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho.Normalmente quando nos referimos ao desenvolvimento de uma criança, o que buscamos compreender é “até onde a criança já chegou”, em termos de um percurso que, supomos, será percorrido por ela. Assim, observamos seu desempenho em diferentes tarefas e atividades, como por exemplo: ela já sabe andar, já sabe amarrar sapatos. Quando dizemos que a criança já sabe realizar determinada tarefa, referimo-nos à sua capacidade de realizá-la sozinha, sem necessidade da ajuda do outro. Para ser considerada como possuidora de certa capacidade, a criança tem que demonstrar que pode cumprir as tarefas sem nenhum tipo de ajuda.Vygotsky(1.995-pp.58-52) denomina essa capacidade de realizar tarefas de forma independente de nível de desenvolvimento real. Para ele o nível de desenvolvimento real da criança caracteriza o desenvolvimento de forma retrospectiva, ou seja, refere-se a etapas já alcançadas, já conquistada. Para compreender adequadamente o desenvolvimento, devemos considerar não apenas o nível de desenvolvimento real da criança, mas também seu nível de desenvolvimento potencial, sua capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de companheiros mais capacitados.É a partir da postulação da existência desses dois níveis de desenvolvimento – real e potencial que Vygotsky define a zona de desenvolvimento proximal que é um domínio psicológico em constante transformação: aquilo que uma criança é capaz de fazer com ajuda de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha amanhã.As manifestações de dificuldades de aprendizagem na escola apresentam-se como um contínuo, desde situações leves e transitórias que podem se resolver espontaneamente no curso do trabalho pedagógico até situações mais graves e persistentes que requerem o uso de recursos especiais para a sua solução. Atender a esse contínuo de dificuldades requer respostas educacionais adequadas envolvendo graduais e progressivas adequações do currículo.A maior parte das adequações curriculares realizadas na escola é considerada menos significativa, porque se constituem modificações menores no currículo regular e são facilmente realizadas pelo professor no planejamento normal das atividades docentes constituem pequenos ajustes dentro do contexto normal de sala de aula.Os preconceitos que vigoram em nossa sociedade espalham-se por diversas categorias de diferenças e tendem a colocar na idéia de quem as vê, uma grave e maléfica confusão conceitual: aprendendo a ver com os olhos do preconceito, fomos levados a tomar o diferente como sinônimo de inferior. Cada um de nós tem peculiaridades em seu modo de ser, pensar, agir, que fazem com que, embora nos assemelhemos a muitas outra pessoas, em muitos aspectos, o conjunto de características que nos identifica é único e nos faz singular.Tais diferenças são produtos de uma conjunto complexo de determinantes.Conclusão:A partir das considerações cumpre lembrar que a permanência da avaliação como diagnóstico clínico pode pressionar a sala de recurso, como já acontece em algumas escolas.Cada um tem necessidades educacionais específicas, às quais o professor tem que responder pedagogicamente, caso queira cumprir com seu papel primordial de garantir o acesso, a todos, ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade e ao seu uso na relação com a realidade social na qual nos encontramos inseridos, e que nos cabe transformar.Neste quadro, é necessário um novo olhar sobre a identificação de alunos com necessidades especiais, bem como sobre as necessidades especiais que alguns alunos possam apresentar. Igualmente, um novo olhar em considerar o papel da escola na produção do fracasso escolar, e no encaminhamento de alunos para atendimentos especializados, dentro outras medidas comumente adotadas na prática pedagógica.A atual situação em que se encontram os sistemas educacionais revela dificuldades para atender as necessidades especiais dos alunos na escola regular, que podem vir a necessitar de apoio para a sua educação. A flexibilidade e a dinamicidade do currículo regular podem não ser suficiente para superar as restrições do sistema educacional ou compensar as limitações reais desses alunos. Desse modo e nas atuais circunstancias, entende-se que as adequações curriculares fazem-se, ainda, necessárias.Tanto os profissionais quanto as instituições devem estar preparados adequadamente para que haja inclusão, que tanto se fala e pouco acontece.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:VIGOTSKY. Aprendizagem e Desenvolvimento.Um processo Sócio – histórico. São Paulo: Editora Scipione.